quinta-feira, 27 de junho de 2013

XANGO, DA JUSTIÇA DIVINA AO EQUILIBRIO HUMANO


A muitos e muitos anos atrás, do outro lado do oceano Atlântico, num imenso continente multicultural chamado de África, mais precisamente num país chamado Nigéria, havia uma cidade, um vilarejo chamado de Oyó, neste vilarejo se cultuava uma divindade, um Orixá, seu nome era Xangô.

Todos que lá nasciam, filhos de Xangô, eram iniciados em seus mistérios, conheciam de seu poder, sabiam 

de sua sabedoria, bebiam na fonte do saber, cultuavam e desfrutavam de seu poder, e assim foi por muito tempo. Nós viemos a ser agraciados com esse conhecimento pela força bruta da escravização, nos foi trazido sua cultura através dos negros escravos embarcados da Costa do Ouro em seus navios Tumbeiros, onde os escravos sudaneses forçados ao trabalho e sofridos até seu limite, tiravam força de sua Lei Maior, de sua Justiça Divina, nosso querido pai Xangô.

Pela pluralidade da miscigenação de diversos povos tantos nos navios negreiros quanto na vivencia da senzala, cada povo com seu culto, sua crença e seu divino Orixá, formatou na junção e no culto aos Orixás que temos hoje, e falar de Xangô se torna cada vez mais difícil, pois o que falar desse Pai querido que ainda não foi falado? 

Xangô é um dos Orixás mais cultuados e respeitados do Brasil, um dos primeiros Orixás Iorubanos que teve sua cultura fincada em nossa terra. Xangô sempre tido como um Rei, autoridade do panteão africano.

A principio cultuado nas roças do Candomblé, teve também seu mistério revelado a nova religião que se apresentou no ano de 1908 pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas através do médium Pai Zélio Fernandino de Moraes, que inclusive após a fundação da Tenda Espirita Nossa Senhora da Piedade, fundou também mais 7 casas, uma delas a Tenda de Xangô, e assim Xangô nasce também para a Umbanda, ou melhor, a Umbanda nasce para Xangô.

Xangô é indivisível, irremovível, pesado, forte, integro, suas lendas sempre se percebe sua autoridade, sua figura é a figura da determinação, mas nunca autoridade desmedida. É o Orixá da decisão sábia, pensada, medida, a balança sobre o bem e o mal.

Conhecido como Deus do raio e do trovão, na África antiga quando uma casa era atingida por um trovão ou um raio, os moradores deveriam pagar oferendas a Xangô, pois ali havia débitos com o Pai, e nos escombros da casa, os sacerdotes reviravam em busca de pedras quentes formadas pelo raio, pois ali estava a força e o axé de Xangô, já apresentando o que entendemos como Otá. Tem sua força assentada nas rochas, pedras, pedreiras, terrenos rochosos, pedras essas difíceis de quebrar, inabaláveis, fixas, assim como nosso Pai.

Xangô carrega sempre consigo seu símbolo máximo, o Oxé, um machado de duas lâminas, dois cortes em sentidos opostos. O Trono Masculino da Justiça jamais poderia olhar só para um lado, tomar as decisões 

sempre propensas voltadas ao mesmo interesse, por isso é seu símbolo máximo como patrono da justiça, pois nas contendas pode sempre pender para qualquer um dos lados, com liberdade, independência, com total abrangência de justiça.

A criação de Olorum é perfeita, e na irradiação da Justiça Divina assentou duas potencias, Xangô como o Trono Masculino da Justiça e Oro Iná como o Trono Feminino da Justiça, ou também podemos dizer, 

o Trono Masculino do Fogo e o Trono Feminino do Fogo, pois esta irradiação é a representação do elemento fogo. O fogo purificador, o fogo que constrói, o fogo que dilui todo emocional desequilibrado, e se até agora falamos de justiça então que coloquemos em seu lugar devido, assentado com nossa querida e sagrada Mãe Oro Ina, a grande representante do Fogo da Justiça Divina, e se podemos de melhor forma explicar como cada um atua universalmente, seria mais adequado dizer que Xangô é exemplificado no símbolo humano da justiça, a cega com a balança, pois Xangô é o equilíbrio.

O equilíbrio nunca pende para um lado ou para o outro, pois é estável, e assim também o é na criação, pois Xangô como qualidade divina equilibradora atua em nossas vidas independente de nossa vontade, pois todo universo, toda criação deve pulsar de forma equilibrada, e Xangô atua com excelência com sua energia abrasadora e consumidora das emotividades, mas também equilibrando, dando coesão e sustentação a toda criação, desde o perfeito equilíbrio dos átomos, como dá o equilíbrio da natureza e de nossa emoção e razão.

Xangô paralisa, purifica, equilibra, Yansã direciona, o complemento dos elementos, fogo e ar. O ar da vida ao fogo, o fogo consome o ar, paralisa, purifica em seguida movimento e direciona. Em sua onda geradora ígnea, Xangô atua com o fator equilibrador, Oro Ina com o fator consumidor, Xangô é o polo positivo dessa
onda, irradia em raios retos, estáveis e passivos, por irradiar em raios retos o faz de forma constante, mantendo o tempo todo, tudo e todos sob sua irradiação ininterrupta.


ESPECIFICAÇÕES


Cor: Marrom, vermelho e branco.

Cor da guia: Marrom.

Ervas: Barbatimão, para-raio, alfavaca-roxa, panaceia, bilreiro, erva de são joão, nega mina, eucalipto, bradamundo, caapeba, caferana, eucalipto limão, folha de figo, gitó, levante, mãe boa, manjericão roxo, hortelã, manjerona, carrapeta, erva grossa, mulungu, lírio do brejo, erva das lavadeiras, folha da fortuna.


Amaci: Seu amaci é feito com água de cachoeira e hortelã macerada ou com demais ervas de Xangô, curtida por três dias.


Saudação: Obá Nixé Kawo Kabiesilê

Assentamento: Pedra de raio ou de fogo dentro de uma gamela.


Dia da Semana: Quarta-feira.

Símbolo: Oxé (machado duplo).


Ponto de Força: Pedreira


Flores: Cravos vermelhos e brancos.


Pedras: Meteoritos, pirita, jaspe.


Metal: Estanho.


Elemento: Fogo.


Chakra: Cardíaco.


Bebida: Cerveja preta.


Sincretismo: São Jerônimo, São José, Santo Antônio, São Pedro, Moisés, São João Batista, dependendo da região.



CARACTERISTICAS DOS FILHOS DE XANGO

Ao se falar de características, aspectos físicos e psicológicos deve se levar em consideração todos os Orixás regentes da coroa de seu filho, e não tão somente o Orixá Ancestral, porém, aqui vamos balizar aspectos gerais de filhos de Xangô.

Geralmente são passivos, racionais, observadores, atentos, meditativos, geniais e pouco falantes. São honestos e sinceros, apreciam a leitura, a música, os discursos, a boa companhia e a 

companhia de mulheres vivazes. Não apreciam reuniões emotivas, os egoístas e os soberbos, são 

judiciosos, gostam de se vestir bem.

Filhos de Xangô tem uma grande dose de energia, enorme alto-estima, tem clara consciência de que sua opinião geralmente será decisiva, tal consciência se torna por vezes ligeiramente egocêntrica. 

Não aceitam com facilidade quando outros se opõem a suas ideias, gostam de dar a última palavra em tudo, mas ouvem as demais ideias, porém, se mantiverem sendo contrariados podem rapidamente se tornar violentos e incontroláveis, mas logo no momento quando a lei e a ordem é restabelecida voltam a seu comportamento usual. Se pudéssemos associar um arquétipo aos filhos de Xangô seria o déspota esclarecido.

Fisicamente atribuísse no geral um tipo forte, de estatura baixa ou média, com tendências a obesidade.

Os filhos de Xangô quando estão em desequilíbrio, vibrando negativamente são reclusos, calados, rancorosos, implacáveis nos seus juízos, intratáveis.

Filhos de Xangô costumam se afinizar com filhos de Oxalá, Oxóssi, Ogum, filhas de Yansã, Yemanjá, Oxum e Logunam.


OFERENDAS Á XANGO

O principio básico das oferendas é pedir ajuda divina, o Axé dos divinos Orixás, passarei abaixo uma oferenda básica e três especificas.

Nas oferendas a Pai Xangô, geralmente pedimos sabedoria nas tomadas de decisão, reflexão, apoio material, estabilidade material e espiritual, equilíbrio emocional, espiritual e ajudas em questões judiciais.


Oferenda básica: Toalha ou pano marrom, velas branca e marrom, fitas branca e marrom, linhas branca e marrom, frutas (abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba vermelha), vinho tinto seco, cerveja preta, comidas (quiabos picados em rodelas e levemente cozido, rabada cozida com cebolas cortadas em rodelas), pembas branca, marrom e vermelha, licor de chocolate. 


Oferenda especifica 1: 1 kg de quiabos crus, azeite de dendê para regar, 2 cebolas, cortadas em fatias no sentido do comprimento 4 velas marrom, 4 velas branca, 7 folhas de couve, arrumadas em círculos com os cabos para fora, 1 garrafa ou lata de cerveja preta (sem gelar), 1 coité para por a cerveja.


Entrega: coloque os quiabos no centro do círculo de folhas de couve, enfeite com as cebolas e regue com o dendê , abra a cerveja e coloque no coité, acenda as velas, espere queimar, recolha a embalagem da cerveja, junto com sacos plásticos e leve embora.


Oferenda especifica 2: 8 cajús, 8 cajás (ou 7 frutas do conde), 8 quiabos, 8 pinhões, 8 folhas de couve para servirem de base, 8 cervejas preta para regar as frutas, 8 velas marrom.

Arrumar as folhas de couve, depositar as frutas de modo estético, sempre preferindo as arrumações circulares (não cozinhar os pinhões, nem os quiabos), regar com a cerveja preta, acender as velas.


Oferenda especifica 3: 1 vela branca, 500g de quiabos escaldados enfeitados com rodelas de 1 cebola e regados no dendê, 1 cerveja preta pequena (sem gelar) 1 coité para colocar a cerveja, 1 folha de couve, para servir de base.

Pronto, foi oferecido acima uma oferenda básica, mais 3 especificas, e uma delas mais econômica, lembrando sempre que o efeito da oferenda não se consegue pelo numero de elementos colocados nem pelo montante gasto nelas, e sim com a intenção, o coração e a sua entrega espiritual no momento de faze-las, e mesmo oferecendo uma vela sequer, fazer isso de pleno e puro coração, assim se conectará a Deus e aos Orixás e receberá plenamente seu Axé divino.


LENDAS DE XANGO

Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. 

E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam o mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.

- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!

E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindoos todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.


LENDA 2

Xangô era rei de Oyó, terra de seu pai; já sua mãe era da cidade de empê, no território de tapa. Por isso, ele não era considerado filho legítimo da cidade. 

A cada comentário maldoso Xangô cuspia fogo e soltava faíscas pelo nariz. Andava pelas ruas da cidade com seu Oxé, um machado de duas pontas, que o tornava cada vez mais forte e astuto onde havia um roubo, o rei era chamado e, com seu olhar certeiro, encontrava o ladrão onde quer que estivesse.

Para continuar reinando Xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, Dadá, de uma cidade vizinha para ampliar seu reino. 

Com o prestigio conquistado, Xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de Kossô, para viver com suas três esposas: Oyá ( Yansã ) amiga e guerreira; Oxum, coquete e faceira e Obá, amorosa e prestativa.

Para prosseguir com suas conquistas, Xangô pediu ao babalaô de Oyó uma fórmula para aumentar seus poderes; este entregou-lhe uma caixinha de bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de defesa. 

Curioso, Xangô contou a Yansã o ocorrido e ambos, não se contendo, abriram a caixa antes do tempo. Imediatamente começou a relampejar e trovejar; os raios destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando tanta tristeza, Xangô afundou terra adentro, retornando ao Orun.

(texto retirado do Jornal da Umbanda Sagrada)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Sete Linhas de Umbanda




Em cada Trono Divino há uma Divindade assentada que na Umbanda nominamos de Orixás Regentes.

As Sete Linhas de Umbanda são as irradiações planetárias dos Sagrados Orixás Regentes, que são essências indiferenciadas, pois não possuem denominação. Cada uma dessas essências atua num padrão vibratório que estimula e dá sustentação aos seres que vivem em todas as dimensões do planeta

A Umbanda tem nas Sete Linhas seus fundamentos:

A Linha Cristalina estimula a Fé (Religiosidade)

A Linha Mineral estimula o Amor/Concepção (Sexualidade)

A Linha Vegetal estimula o Raciocínio (Conhecimento)

A Linha Ígnea estimula a Razão (Juízo)

A Linha Eólica estimula a Ordem (Equilíbrio)

A Linha Telúrica estimula o Saber (Evolução)

A Linha Aquática estimula a Maternidade (Geração)


São sete irradiações, sete padrões vibratórios, sete sentidos da vida e sete sentimentos.

As sete irradiações dão origem a sete essências, que dão origem a sete elementos, que dão origem a sete tipos de matérias ou energias.

São Irradiações Divinas e cada uma flui num padrão próprio que influencia quem é alcançado por ela, alterando nossos sentimentos mais íntimos e o nosso padrão vibratório, estimulando sentimentos mais nobres e virtuosos.

Assentados nessas linhas estão os Divinos Orixás que, por sua própria natureza, são polarizadores e irradiam essas vibrações de forma passiva ou ativa.

Enquanto no nível da essência, elas são imperceptíveis, pois nos chegam direto de Deus. Mas quando as recebemos dos Orixás, elas são elementais e já foram bipolarizadas. Logo, as Sete Linhas assumem esta bipolarização, surgindo automaticamente dois polos em cada uma delas.


POLOS ATIVOS E POLOS PASSIVOS

A Linha da Fé
Oxalá é passivo - Oyá-Tempo é ativa

A Linha do Amor
Oxum é ativa - Oxumaré é passivo

A Linha do Conhecimento
Oxossi é ativo - Obá é passiva

A Linha da Razão
Xangô é passivo - Iansã é ativa

A Linha da Ordem
Ogum é passivo - Egunitá é ativa 

A Linha da Evolução
Obaluaiê é ativo - Nanã é passiva

A Linha da Geração
Iemanjá é passiva - Omulu é ativo 

Assim, temos Sete Linhas, mas catorze Orixás, pois uns ocupam os polos ativos e outros, os polos passivos.

É nesta bipolarização que os arquétipos dos Orixás vão se formando; aí eles vão se individualizando e assumindo atribuições específicas, mesmo atuando sob uma mesma irradiação. As linhas são afins com os orixás e estes com os sentidos e os sentimentos.

Até mais!!!


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Postura nos Templos


O sucesso dos trabalhos efetuados em uma sessão espiritual depende, em grande parte, da concentração e da postura de médiuns e assistentes presentes.

Os templos umbandistas são locais sagrados, especialmente preparados para atividades espirituais, e que têm sobre seus espaços uma cúpula espiritual responsável pelas diretrizes básicas de amparo, orientação e segurança daqueles que, ou buscam ali a solução ou o abrandamento de seus males, ou dos que emprestam sua estrutura física para servirem de veículos à prática da caridade.

Apesar disto, alguns participantes julgam que, por tratar-se de culto de invocação, não se deve dar a devida atenção e respeito, sendo tais virtudes ausentes nestes indivíduos.

Devemos lembrar que o silêncio e a pureza de pensamentos são essenciais ao exercício da fé.

Alguns assistentes, e mesmo alguns médiuns, dirigirem-se desrespeitosamente aos espíritos trabalhadores. Debocham de suas características e duvidam de sua eficiência. Entretanto, quando passam por uma série de sofrimentos físicos e espirituais, tendo recorrido inclusive a médicos, sem êxito, recorrem àqueles mesmos espíritos que outrora foram alvos de sua indiferença. Restabelecidos, atribuem sua melhora ao acaso.

Devem, médiuns e assistentes, observar o silêncio e o pensamento em situações ou coisas que representem fluídos do bem. Este procedimento tem como conseqüência a irmanação energética com os espíritos, decorrendo daí o derramamento sobre o terreiro do elixir etéreo da paz e da fraternidade.

O que se consegue do mundo astral é, antes de tudo, fruto da bondade e do merecimento de cada um. A conduta reta e positiva deve ser a tônica em uma agremiação umbandista, para que os Guias e Protetores possam instalar no mental e no coração de cada participante sementes de bondade, amor e proteção. A homogeneidade de pensamentos é instrumento de poder do ser humano, rumo a concretização de seus desejos, sendo fundamental que se apresentem límpidos e sinceros em uma Casa de Umbanda.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Assistência no Terreiro:


A Assistência, ou seja, as pessoas que vêm até o Terreiro em busca de auxílio, são essenciais para a Umbanda, que é uma religião cravada no princípio de fazer a caridade. No entanto, a importância da Assistência não se restringe apenas na necessidade de se ter alguém a quem ajudar. A presença da Assistência é essencial para os trabalhos.

Inúmeros estudos psicografados relatam a importância do ectoplasma (energia vital dos encarnados) para o trabalho das Entidades. É com o ectoplasma dos médiuns e da assistência que os Guias da Umbanda conseguem destruir as formas plasmadas malignas no astral, tais como miasmas, larvas astrais e formas-pensamento de baixas vibrações. Caso o ectoplasma humano não fosse necessário, as entidades teriam condições de trabalhar somente no astral, não havendo a necessidade de virem até os templos de Umbanda. Assim, quando alguém vem de coração aberto participar de uma gira, não está apenas sendo ajudado. Está ajudando as Entidades a trabalharem.

E isso gera uma responsabilidade maior por parte da Assistência: para o bom andamento dos trabalhos, para uma boa liberação de ectoplasma e para não atraírem espíritos inferiores, torna-se essencial que cada um que venha a um terreiro de Umbanda tome algumas precauções básicas:

1. Evitar o consumo de álcool e de carnes vermelhas nos dias de gira.
O álcool é um poderoso aliado das forças negativas do astral. Ele aproxima o padrão vibratório de quem o utiliza com o padrão de entidades de baixa vibração, podendo até atrair entidades obsessoras e espíritos zombeteiros. A carne vermelha traz consigo uma energia “densa”, que atrapalha a concentração e dificulta os trabalhos.

2. Tomar banho de proteção. 
Todos estão suscetíveis a captar energias negativas. O banho de proteção ajuda a bloqueá-las.

3. Acender vela ao anjo de guarda. 
Os dias de gira são momentos ideais para se criar uma maior e melhor conexão com seu anjo de guarda. Não desperdice essa oportunidade.

4. Tentar manter o padrão elevado de seus pensamentos e atos. 
De nada adianta vir à Seara e rezar, cantar e fazer seus pedidos se na cabeça e no coração você traz pensamentos de ódio, vingança, ciúmes e demais sentimentos negativos.

5. Usar roupas claras durante as giras. 
A roupa clara auxilia na emanação de energias positivas, enquanto que ao usar roupas escuras durante as giras você poderá estar absorvendo a energia negativa dos outros.

Essas são medidas básicas, mas essenciais para que cada um possa auxiliar da melhor maneira os trabalhos das Entidades, bem como ser beneficiado com todo o axé que eles nos trazem de Aruanda.


Mediunidade na Infância


A mediunidade nos primeiros anos de vida, sempre foi mais evidente. A explicação mais simples está entre a ligação do corpo físico e espiritual que nesta fase encontra-se mais flexível. Ou seja, a criança vê, ouve e conversa com espíritos desencarnados que estão próximos, e que os adultos não são capazes de perceber. Pessoas desavisadas atribuem tal fato a imaginação fértil, e logo passam a ignorá-las ou deixando as crianças falarem sozinhas, e tal atitude pode acarretar sérios problemas psicológicos no futuro dessas crianças.

A atitude correta neste caso é:

- Agir com senso crítico, perguntando, estimulando as crianças a descreverem seus diálogos e o que viram, dando-lhes crédito, para posteriormente buscar ajuda adequada quando se fizer necessário.

- Toda criança deve ser tratada com respeito e carinho. Não a agrida, não brigue, escute!
Se nossos filhos estão com medo de dormir, é hora de revermos nossas atitudes e nossa reforma íntima, pois no caso da mediunidade – da vidência infantil, do terror noturno, muitas vezes é gerado pelos modos de pensar e de agir, dos adultos (pais e familiares) que habitam a casa.

Agora, se a manifestação da criança for equilibrada e espontânea, devemos aceitar este dom com naturalidade, e jamais querer colocar a criança em trabalho mediúnico, pois ainda ela não está preparada para tal, seu organismo ainda está em formação e pode acarretar em fortes abalos.

Com o passar do tempo, esses sintomas podem diminuir até que a normalidade se estabeleça, à espera do momento apropriado para o correto desenvolvimento e exercício da mediunidade. E neste caso, devemos encaminhar nossas crianças para um Templo de Umbanda ou Centro Espírita, nos quais forneçam o conhecimento doutrinário, que possam amparar e esclarecer, tanto as crianças quanto seus familiares.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Importância do Estudo na Umbanda de Nossos Irmãos


Muitos médiuns Umbandistas não gostam de estudar sobre a Religião de Umbanda, assim como alguns sacerdotes não permitem que seus médiuns estudem e façam perguntas, questionem, evoluam em conhecimento e s...aber.

Muitos dizem que a Umbanda é caridade, amor e não é necessário estudo qualquer: "é só deixar o guia vir; é só deixar o Orixá encostar".

Bem, em toda Religião o estudo é fundamental para a sua compreensão. Não que esteja errado ver o lado da caridade, do amor ou da entrega que realmente são necessários aos médiuns na incorporação, mas a Umbanda é muito mais do que isso.

O estudo deve ser somado à dedicação prática da lida no terreiro (a prática da caridade e do amor ao próximo: solidariedade), unindo tudo isso como um conhecimento maior que pode tirar dúvidas, retirar confusões da mente, evitar o animismo, o exibicionismo (de médiuns e/ou de entidades), evita que os consulentes vejam a Umbanda e seus guias como trocadores de favores / presentes, a clonagem arquétipa dos guias (quando médiuns novos acabam, sem querer, copiando o comportamento dos guias do ou dos dirigentes), o comportamento grosseiros de alguns guias e médiuns, a ignorância de alguns médiuns, e evitar que os espertalhões, que querem utilizar a Umbanda como um meio de ganhar dinheiro, o façam usando a ignorância de seus adeptos.

Podemos dividir o estudo da Umbanda em várias formas de entendimento e orientações:

* Pela doutrina de cada segmento, cada casa, que deveria ser ministrada aos médiuns e assistidos (qual a doutrina existente na casa, seus ritos, fundamentos, maneira de trabalhar). Normalmente essa doutrina ou essas aulas de doutrina estão a cargo do sacerdote da casa ou alguém designado por ele;

* A conversa de banquinho com o(a) preto(a)-velho(a) do(a) dirigente ou dos dirigentes da casa (pode ser com outro guia, tudo dependerá da estrutura de comando de cada casa; umas estão sob o comando dos pretos-velhos, outras sob o de Caboclos, Boiadeiros, Baianos etc), onde a parte doutrinária da casa, pelo seu lado espiritual e orientador, deve ser levada aos médiuns;

* Livros e material didático que sejam feitos pela casa (terreiro) ou utilizado de autores Umbandistas. Onde possam existir mais orientações no nível doutrinário, religioso, comportamental, espiritual, moral e ético relacionados a Umbanda;

* Outras fontes literárias, até de outras religiões, onde possam conter informações relevantes para os médiuns, no seu entendimento sobre a Religião de Umbanda, ou mesmo, sobre certos conceitos de cunho moral, ético, espiritual, doutrinário etc;

* Formação de palestras e/ou seminários, onde ao médiuns possam compartilhar da sabedoria e do conhecimento de outras sacerdotes e outras pessoas ligadas `a espiritualidade (dependendo de cada seguimento da Umbanda);

* Como visitantes a outros terreiros ou recebendo visitantes em seu próprio terreiro, no intuito de se mostrar a diversidade da religião, a troca saudável de culturas dentro da Umbanda, mostrando a diversidade, a riqueza que é a Religião de Umbanda. Ao mesmo tempo, estreitando laços de amizade e de união com outros terreiros e outras formas de se manifestar a Umbanda;

* Por meio da formação escolar e acadêmica. Seja no estudo regular, ou na Universidade, onde o médium aprende uma profissão, uma especialização, aumenta sua instrução e a sua forma de ver e entender o mundo;

* Por meio de cursos relativos a Umbanda e a outras religiões, ou facetas da própria Umbanda. Porém, esses cursos devem ser de conhecimento do sacerdote de cada casa, pois existem diversas pessoas que usam do nome da Umbanda para enganar e retirar dinheiro de médiuns que buscam o conhecimento.

Como podemos ver, não existe somente uma forma, mas existem diversas formas de se obter o conhecimento e o estudo com relação a Religião de Umbanda.

Devemos sempre lembrar que os Sacerdotes da casa, de cada casa, têm o compromisso, não só em relação a caridade, ao amor, a solidariedade, mas também, do conhecimento, do ensino, da orientação, do conduzir os médiuns, os tirando da ignorância e mostrando que a Religião de Umbanda, mediante o seu seguimento, pode dar muitos ensinamentos. Não só em relação a religião em si, mas para o próprio médium como pessoa, como ser humano.

O terreiro, a religião, pode se estender para o mundo profano e nele exercer uma atuação divina. Isso pode ser feito sem preconceitos, sem proselitismos, sem perseguições, sem imposições ao outro. Basta que os sacerdotes e os guias que conduzem uma cada de Umbanda, saibam passar os bons ensinamentos a seus médiuns para que eles possam levar para o mundo o que a Umbanda tem de melhor, o que ela tem de contribuição para a melhora do mundo e do próprio ser humano. 
Algumas pessoas, até dentro da Umbanda, acreditam que "o conhecimento é poder" (Francis Bacon).

Eu acredito que "o conhecimento liberta o homem de sua ignorância, abrindo-lhe a mente para a liberdade das ideias."

Por
Etienne Sales

Cuidado com os Quiumbas


Cuidado irmãos de fé!!!


Sabemos que nos ligamos a eles, ou eles se ligam a nós primeiramente por semelhança de padrão.

Ao baixarmos nossos pensamentos, os sentimentos negativos se manifestam, alterando assim o nosso equilíbrio energético.

Nosso campo energético e mediúnico "funciona também como um escudo", mas ao vibrarmos negativamente, abrimos brechas e permitimos que estes se liguem a nós por sintonia.

Portanto, não facilite a aproximação dos obsessores!


Tipos de Mediunidade


No início da atividade mediúnica, acontece de o médium ficar angustiado, querendo logo incorporar, para “se sentir médium”; ignorando talvez que existem outras formas de mediunidade, igualmente importantes.


As orientações que recebemos na Umbanda através da mediunidade de incorporação são importantes. Contudo, há outras formas de nos comunicarmos com a Espiritualidade e de trazermos esse aprendizado para a nossa vida.

Incorporar, “receber o Guia”, não é o mais importante. Fundamental é que nos dediquemos a assimilar as orientações e os exemplos dos Guias Espirituais e das Entidades que nos amparam, procurando entender-lhes o sentido para aplicá-los em nossa vida diária e ficando atentos para as intuições que eles nos dão.

Espiritualidade não é algo para se viver apenas entre as paredes do Terreiro. É algo para vivermos “dentro de nós”, em silêncio, com naturalidade, sem alarde, sem roupa especial, sem dia marcado, sem que ninguém precise elogiar e aplaudir. É um caminho interno, é aprender a olhar tudo com os olhos da alma, porque isso vai nos ajudar a encontrar novas soluções, novas formas de viver e enxergar a vida “lá fora”.

Portanto, no desenvolvimento mediúnico, não nos preocupemos apenas em girar, em rodar, para “mostrar que o Guia chegou”... Na verdade, os Guias e Entidades chegam ali muito antes de nós, preparando o ambiente para o trabalho. Bom mesmo será a gente conseguir abrir o coração, para incorporar, (assimilar, absorver), os ensinamentos do Astral e colocá-los em prática.

Tipos de mediunidade:

a) a intuitiva ou de pressentimentos - na qual o médium sente ou recebe intuições de Guias Espirituais e Entidades, (sem vê-los e nem ouvi-los, propriamente);

b) a sensitiva - na qual o médium “sente” a presença de espíritos ou de energias extra físicas, (sem vê-los ou ouvi-los);

c) a auditiva - na qual o médium apenas ouve as mensagens dos espíritos ou das Entidades;

d) a da clarividência - na qual o médium vê os seres e/ou energias astrais do local onde está ou de um lugar no espaço distante dali ; ou visualizando “cenas do passado” ; ou ainda pela psicometria, (“vendo” cenas do passado ou captando energias do passado, ao tocar objetos, roupas, etc.);

e) de desdobramento ou sonambúlica. Não confundir com sonambulismo, situação em que a pessoa adormece e fala, ela mesma, sobre o que está à sua volta. Porque no desdobramento o médium “se solta”, desprende-se parcialmente do corpo físico, acessa e descreve o que está vendo da realidade não-material, podendo receber e passar as mensagens que os espíritos ou Entidades vão ditando 

f) psicografia - na qual o médium escreve textos ditados pelos espíritos e Entidades ou, então, sob a orientação deles, a partir de idéias básicas que recebe e desenvolve;

g) de cura - pela qual, mesmo sem incorporar, o médium pode aplicar passes que irradiam energias de cura, bem como fazer projeções de energias curadoras à distância;

h) a que permite falar ou entender línguas estrangeiras que não são do conhecimento do médium, que é a xenoglossia ;

i) a que permite pintar ou desenhar, sob a instrução de artistas já desencarnados; também chamada de pictórica ou pintura mediúnica;

j) a olfativa, que permite ao médium sentir perfumes e odores de uma realidade não-física;

i) a de materialização, pela qual os Guias Espirituais e Entidades se utilizam de energias do médium, (ectoplasma), para se materializar diante das pessoas ou para materializar objetos etc.